quinta-feira, 8 de março de 2012

Fuga



Desfez-se da inquietação,

abandonou a luta

e caminhou vagarosamente

para a aceitação...


A realidade do dia a dia

sempre foi para ele

desespero e agonia


Cansado, deitou-se na relva,

olhou para o céu, bebeu azul e paz,

aspirou os aromas silvestres

depois fechou os olhos

e deixou a alma sonhar...


A bela alma foi brincar

no recanto mágico de seus desejos,

lá, onde há luz, música e beijos,

onde ninguém tem motivos para chorar...


Adormeceu sorrindo

ovindo a flauta do vento

no arvoredo que dançava ali, ao lado...

E sonhava dormindo

o mesmo sonho que sonhara acordado.


Zoraida Hostermann Guimarães, in: Na Passarela do Tempo, 1997.

Nenhum comentário:

Postar um comentário